quarta-feira, 6 de abril de 2011

Paulo Freire

Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife, e faleceu em 2 de maio de 1997 em São Paulo. Pra mim, Paulo Freire foi quase tudo que um educador pode ser! Excelente ativista social e estudioso, Paulo Freire lutava incansavelmente para ser exercida uma pedagogia crítico liberadora e através do diálogo, da dialética, que consolidaria a educação como prática da liberdade.


Cito a seguir um pequeno trecho, do diálogo entre Paulo Freire e Seymour Papert:


-Papert: Lembro-me de uma piada. Um desenho que vi numa revista. É sobre uma menina que, depois da aula, pergunta à sua professora: Professora, o que eu aprendi hoje?
A professora responde: Engraçado, porque essa pergunta?
E a menina diz: Porque quando vou pra casa meu pai pergunta o que eu aprendi hoje, e nunca sei responder.
Acho que uma coisa séria que aprendi com o Paulo Freire é que essa história não é apenas uma piada. De certa forma ela resume tudo o que há de errado com a ideia de escola. A professora está fazendo uma coisa com a menina. Ela está inconsciente. E não tem a menor consciência do que se trata. E é isso que estamos tentando fazer na educação das crianças. Dar a elas mais consciência do processo de aprendizado mais controle e incentivá-las a esse processo. Tudo o que é contrário de ter que perguntar a professora: "O que aprendi hoje?"

-Paulo Freire: Eu acho o que o Papert agora colocou com um ser gosto de humor, é realmente muito mais humor do que ironia. No sentido profundo da significação da diferença entre humor e ironia.
A história enfatiza a compreensão mecanicamente quantitativa do conhecimento. O que é um absurdo. A garota também poderia ter perguntado a professora: "Veja, quantos envelopes de saber a senhora depositou em mim hoje? É essa a compreensão do ato de ensinar, quando na verdade, e por isso ele disse com humor também, é que o que alguém pode aprender de Paulo Freire é exatamente o contrário disso. Porque eu sou a pedagogia antagônica a essa. Eu sou uma epistemologia antagônica a essa. Eu sou uma ética diferente dessa.
Eu sou por uma pedagogia da curiosidade. Por isso eu defendi com o filósofo chileno Fagundes, uma pedagogia da pergunta e não da resposta.


Cito a seguir um outro trecho de Paulo Freire no seu livro (A importância do ato de ler):
"Me parece indispensável, ao procurar falar de tal importância, dizer algo do momento mesmo em que me preparava para estar aqui hoje; dizer algo do processo em que me inserir enquanto ia escrevendo esse texto que agora leio, processo em que envolvia uma compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita, ou da linguagem escrita, mas que antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e contexto." 


É interessante ressaltar que a obra, ação e a vida de Paulo Freire se juntam. Nesse sentido recomendo a todos que pesquisem, estudem, e reflitam sobre o "pensamento freiriano".
Proponho a todos os leitores que reflitam sobre esse educador universal e o nosso sistema educacional "falido". Paulo Freire não tinha a intenção acabar com a escola, mas sim refazê-la!

"A ignorância escraviza. O conhecimento liberta"

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